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terça-feira, 20 de julho de 2010

Modernidade Texto I: Conceito de Modernidade (Novo Texto)

O que é, e como se origina a Modernidade?

A Modernidade, a princípio, é o período histórico que se estende entre fins do século XV e os dias atuais. Contudo, além de um período histórico, a Modernidade é a denominação de um conjunto de fenômenos sociais e é também o resultado de uma série de eventos marcantes no mundo ocidental ocorridos nos últimos quinhentos anos, aproximadamente. “Mundo Ocidental” seria, neste ponto, a Europa Ocidental: Grã-Bretanha, França, “Alemanha”, “Itália”, Áustria, Suíça, Países Baixos, Portugal e Espanha, os países com nomes entre aspas não formavam uma única nação na época.

O primeiro dos grandes eventos que deixaram sua marca na Modernidade foi a Expansão Marítima Européia, que começou no fim do século XV, acompanhada do Colonialismo que a sucedeu. Em resumo: Um “mundo”, a Europa Ocidental, que existia em quase isolamento político e econômico e com uma relativa homogeneidade religiosa e intelectual passa a ter, através do comércio e de intercâmbios populacionais, contato com diferentes povos e culturas, e com a riqueza e diversidade de produtos de novos territórios, isso teve um impacto social e econômico inédito, não apenas na Europa, mas também nos locais “descobertos”, por exemplo, a descoberta da mandioca, milho e feijão na América pelos europeus e a introdução destes cultivos na África e Ásia e também a introdução do coco, café e banana nos cultivos da América. Não é possível esquecer também da grande quantidade de pessoas que se mudaram ou foram levadas para terras distantes das onde nasceram, escravos africanos e colonos europeus na América, colonos na Ásia e África, junto com estes foi também transplantada parte de sua cultura nativa.
Em uma Europa já influenciada pelos impactos da existência de “novos mundos” começam a surgir movimentos intelectuais e religiosos que entraram em rota de colisão com a hegemonia de pensamento existente. Estes movimentos foram no princípio Humanismo e a Reforma Protestante, ambos no século XVI, juntos eles quebraram o monopólio da “verdade” que estava sob tutela da Igreja Católica e passam a deixar margem ao questionamento das verdades constituídas, abrindo assim caminho para o surgimento do Iluminismo séculos depois.
Além das transformações intelectuais do Ocidente a Modernidade é um período de transformações políticas e econômicas no Ocidente. Após o colapso do sistema feudal começa a ganhar força dentro da sociedade européia uma nova camada, a burguesia, uma classe que por séculos vai acumulando poder econômico, mas que não tem em suas mãos poder político algum. O que gera descontentamento.
Estes descontentamentos são a causa de duas marcantes revoluções na Europa. A primeira, a Revolução Inglesa, também chama de Revolução Gloriosa, que pôs fim ao Absolutismo na Inglaterra e propiciou à burguesia presença e voto no Parlamento em uma Monarquia Constitucional. Seu ponto marcante foi a assinatura de um documento pelo rei em que era garantido o poder da burguesia e as limitações do poder real, que passa a ser apenas simbólico.
A segunda revolução burguesa foi a Revolução Francesa, assim como a Inglesa, a burguesia francesa não tinha poder político, apesar do poder econômico. Esse poder foi alcançado após uma violenta revolução, na qual os revolucionários passaram a lutar entre si após a queda do rei, eles se dividiram em dois partidos, os Jacobinos da pequena e média Burguesia, mais radicais, e os Girondinos, da alta burguesia financeira, mais conservadores. O fim dessa disputa foi a tomada do poder por Napoleão Bonaparte, que se coroou Imperador da França.
Em meados do século XVII passa a acontecer uma terceira revolução na Europa, a Revolução Industrial, a burguesia inglesa que havia adquirido poder político passa a promover no país transformações econômicas, muda-se o modo de produção das Manufaturas para as Indústrias. A oferta de produtos aumenta no mercado, bem como o desemprego causado pela mecanização e a poluição causada pelo carvão das caldeiras de vapor necessárias para o funcionamento do maquinário. É importante destacar também a jornada de trabalho nesse período, que passava de 12 horas, e a ausência de critérios que regulassem o trabalho de mulheres e crianças.
Como consequência dessas duas últimas revoluções surgem na Europa movimentos de trabalhadores buscando uma alternativa a essas transformações prejudiciais a eles. Surge o Movimento Socialista que no século  XIX tem seu maior expoente em Karl Marx e Frederich Engels, inspirados nessas ideias em 1917 revolucionários comunistas tomam o poder na Rússia ao derrubar o Czar. Décadas depois o mundo estaria polarizado em dois blocos, o Capitalista e o Comunista, logo após a Segunda Guerra Mundial. Essa polarização duraria por quase cinquenta anos, é a chamada Guerra Fria.
Durante a Guerra Fria, entre os jovens nascidos durante após a Segunda Guerra, que terminou em 1945, acontece a última grande revolução da Modernidade, a Revolução Sexual, em meio a fenômenos como os Movimentos Hippie e Punk, a Guerra do Vietnã e a descoberta da Pilula Anticoncepcional. A partir desse momento se tornava mais fácil a prática do sexo sem a preocupação com uma gravidez indesejada.

Transformações Sociais da Modernidade

Todas essas estrondosas revoluções foram o caminho para que o Mundo se tornasse essa realidade em que vivemos.
O Século XIX foi marcado pelo otimismo em relação ao futuro, do início ao fim foi um período em que os Estados Nação se estabeleciam, países como Itália e Alemanha se unificaram, havia novas e interessantes tecnologias, o futuro parecia promissor. Em contraste o Século XX foi um século de guerras sangrentas e conflitos prolongados, o otimismo anterior dá lugar a uma visão sombria do futuro. Mas o culto à tecnologia e a busca incessante por aperfeiçoamento delas se torna cada vez mais intenso.
A Modernidade tem como característica a rejeição da tradição e do passado e uma constante busca pela transformação. Isso pode ser observado no campo da tecnologia e da moda. A industria tecnológica e de moda de beneficia de uma “novidade antiga” da Modernidade, a ideia de individualidade, que remonta o surgimento da classe burguesa na Europa, pode parecer estranho mas em um mundo tradicional o indivíduo não tem importância, mas no mundo Capitalista ele é a base da sociedade.
Mas além da tecnologia e da estética o mundo moderno tem suas instituições sociais também em constante transformação. Contudo o antigo não desaparece e dá lugar ao novo, é característico da Modernidade a coexistência entre ambos, uma existência que não deixa de ser conflituosa, mas que existe exatamente por causa do incentivo à diversidade de pensamento.
Por exemplo, o modelo de família, uma instituição tradicional, muda com a modernidade, mas os modelos tradicionais não deixam de existir, hoje são comuns unidades familiares formadas por apenas um dos pais e seus filhos, pais homossexuais e pais separados que formaram uma nova família, mais recentemente se tornou bastante comum a existência de casais sem filhos por opção pessoal.
 

Questões para Estudo Dirigido:
1.    Marque as palavras que você não entendeu e descubra o significado.
2.    O texto diz o que é a Modernidade?
3.    Quais são as consequências da modernidade segundo o texto?

O que é Modernidade? (Texto auxiliar)
Cleide Figueiredo LEITAO
A primeira tentativa de caracterização da modernidade pode descrevê-la como um estilo, um costume de vida ou organização social, surgido na Europa a partir do século XVII e que devido a sua influência veio a se tornar mundial.
Circunscrita no tempo, a modernidade pode ser associada a um período histórico e como tal, difícil de ser analisado, pois é ao mesmo tempo - passado e presente (mesmo considerando a dificuldade de se distanciar do que se pertence para analisar, reflexivamente, os rumos do hoje e do porvir, esse movimento é extremamente importante para que possamos compreender os fenômenos sociais do nosso tempo).
Profundas transformações sociais, econômicas e políticas ocorreram, sobretudo, entre o início do século XIX até os dias atuais. O século XX é um século de guerra, a ameaça de confronto nuclear embora reduzida, ainda permanece; a realidade de vários conflitos étnicos, religiosos e militares formam um "lado sombrio" desse tempo.
A modernidade se apresenta na verdade carregada de ambiguidades, ao mesmo tempo em que oferece segurança, oferece perigo, em que oferece confiança, oferece risco. Somos acometidos por um ritmo vertiginoso de mudanças onde o avanço da intercomunicação nos põe em conexão com diferentes partes do globo sem que, no entanto, o desenvolvimento das forças de produção tenham trazido uma melhora significativa na qualidade de vida dos homens.
Pelo contrário vivemos um grande dilema em relação aos contrastes de nossa época: na produção aflitiva da violência do nosso século; nos surpreendentes avanços tecnológicos em contraste com a miséria e o analfabetismo de grande parte da população; na crise com os paradigmas que durante tanto tempo tomamos como verdade e que atualmente não respondem satisfatoriamente as nossas indagações; no desafio de conviver com o diferente e com a multiplicidade de versões e na ambiguidade constante entre o que consideramos velho e ultrapassado e o novo muitas vezes difícil de ser identificado, ou trazendo dentro dele parte do velho.
Enfim, quando olhamos para esse quadro percebemos que ao lado das mudanças edificantes, no sentido de trazerem avanços consideráveis para boa parte da população, temos um conjunto de situações gravíssimas que exigem uma nova abordagem, um novo enfoque ou as nossas perspectivas futuras não serão nem um pouco acalentadoras.

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