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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Materia Segundo Ano Terceiro Bimestre

Concepções de Estado e Poder Político
De Autoria do Professor Elias Meira

Papel do Estado no exercício de cidadania
As condições mínimas para as pessoas conseguirem uma qualidade de vida aceitável dentro dos parâmetros de cidadania vão além da manutenção da vida orgânica, dada pela satisfação das necessidades alimentares e nutricionais elementares, estando também intimamente ligadas à obtenção de renda e de educação com qualidade, pois sem esses princípios, a inserção na sociedade e no mundo do trabalho, torna-se precária.
A falta de participação política torna os indivíduos submissos a uma dimensão do destino enquanto condição que não dá para mudar, que despolitiza as relações sociais e remete a solução dos problemas a uma esfera que não é possível se vencer, sobre a qual os indivíduos perdem a capacidade de controle, situando-se fora do domínio da história. Tanto a aceitação do destino como fatalidade como o não acesso, pela falta de renda, aos bens materiais e simbólicos que a sociedade pode oferecer, são formas expressivas de manifestação da exclusão social.
Ao Estado Moderno é atribuída uma função redistributiva, pois ele deve assegurar as políticas globais e articuladas como moderadoras das desigualdades sociais e econômicas e de responder ao aumento das demandas no contexto de uma maior divisão do trabalho e expansão do mercado, na sociedade de massas. A educação é, portanto, dever do Estado e direito do cidadão, pois sendo concebida como valor social, reflete-se como instrumento da sociedade para efetivar o processo de formação e construção da cidadania.
Assim, temos no Brasil, uma política social paralela à ação estatal, por vezes contra ou independente dela, temos uma população passiva que não possui vigilância cívica e nem conquista histórica para isto; temos uma política social que diz querer acabar com a miséria, sem a participação dos miseráveis; a sociedade civil age timidamente perante um Estado prepotente e burocrático. Em suma não temos uma cidadania efetiva capaz de controlar as ações do Estado.
O Estado até pode desenvolver políticas sociais de valor popular, reformista e avançado, mas no fundo ele não trabalha para o popular, no sentido de redistribuir renda e poder, é apenas mais uma forma tecnocrática de ação, ou seja, de políticas compensatórias.
Os investimentos sociais do Estado brasileiro possuem características de exclusão, pois, as políticas sociais representam medidas compensatórias que remediam a situação da população. Os interesses econômicos prevalecem sobre os interesses sociais, não tendo, as políticas públicas, destaque na agenda governamental, configurando, assim, um crescente agravamento das condições gerais da população. Um exemplo são as políticas públicas de educação, saúde e habitação, onde as propostas criadas não mexem no cerne das questões. Os projetos sociais relacionados àquelas políticas públicas, não envolvem a construção de uma cidadania efetiva e o desenvolvimento do processo emancipatório e de autonomia do indivíduo, eles são "paliativo" e de caráter imediato.
O Estado assume uma posição hegemônica no contexto das políticas sociais, diante dos setores excluídos tornando visíveis as suas contradições, pois, o confronto entre iguais e desiguais se dá na arena pública e civil. O processo de cidadania é obstaculizado por políticas sociais assistencialistas, que planejam reduzir as desigualdades, porém, na prática elas não chegam a se efetivar.
 
O que é Estado e quais os tipos de Estado?
Estado é uma instituição organizada politicamente, socialmente e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força.

Tipos de Estado:

O Estado Ditatorial é a preponderância de um grupo armado que impõe força sobre a sociedade. Os valores do grupo nem sempre refletem os da sociedade. Os indivíduos da sociedade são levados a concordarem com as idéias dominantes. Os grupos marginalizados são perseguidos quando manifestam suas idéias contrárias ao poder dominante. Há tendência num Estado ditatorial de preservar o poder dentro do grupo, restringir liberdade, restringir as formas de pensamento dos administrados, isolacionismo em relação à influência de outros Estados e a limitar a carta magma, quando existente, num conjunto de regras que atenda apenas a elite que apóia a forma de governo.
O Estado Democrático é o pluralismo de idéias. Os grupos mais organizados da sociedade de maior dimensão levam vantagens na distribuição da estrutura de poder. São criados critérios para que os indivíduos de uma sociedade possam estar aptos a escolher administradores que melhor representem os desejos de uma sociedade. Em populações onde o grau de escolaridade é baixo, existe uma tendência dos administrados a seguir pelo carisma fisionômico dos candidatos no processo de escolha dos representantes do povo. Na democracia a força está na vontade da maioria que legitima um grupo a representar a sociedade por um espaço definido de tempo.

Modelo de Estados Modernos e de Economia Contemporânea
Estado Liberal

Significa dizer que cada um faça a sua parte e que o mercado em seu conjunto faz o seu, sem prejudicar a quem quer que seja, é como se fosse uma mão invisível atuando para que tudo se ajuste, ou se acomode de forma natural.
O Estado liberal espera que as coisas se modifiquem sem uma intervenção individual, ou de grupo, e ao mesmo tempo se ajustem de tal forma que as coisas se relacionem de forma natural, sem que o Estado tenha a sua intromissão direta no processo de produção, como também no consumo, visto que as liberdades individuais devem ser respeitadas para que tudo se acomode de forma comum e simples.
No Estado onde o governo influencia cada vez menos na economia.
Neoliberalismo
Introdução 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do Estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio, livre mercado, pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
Características do Neoliberalismo, princípios básicos:
·    Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
·    Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
·    Política de privatização de empresas estatais;
·    Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
·    Abertura da economia para a entrada de multinacionais;
·    Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
·    Desburocratização do Estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
·    Diminuição do tamanho do Estado, tornando-o mais eficiente;
·    Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
·    Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
·    Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;
·    A base da economia deve ser formada por empresas privadas;
·    Defesa dos princípios econômicos do capitalismo.
Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causados pelo neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.
Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.

Estado de Bem-Estar Social
Estado de bem-estar social é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com a nação em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população.
Esta forma de organização político-social, que se originou da Grande Depressão, se desenvolveu ainda mais com a ampliação do conceito de cidadania, com o fim dos governos totalitários da Europa Ocidental, nazismo, fascismo etc. com a hegemonia dos governos sociais-democratas e, secundariamente, das correntes euro-comunistas, com base na concepção de que existem direitos sociais indissociáveis à existência de qualquer cidadão.
Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo o indivíduo teria o direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente, mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos etc.

Questões para Estudo Dirigido:
1)    Destaque a descubra o significado das palavras que você não conhece. (em casa)
2)    Quais as conseqüências apontadas pelo autor para a ausência de participação política?
3)    Qual a função do Estado Moderno para o autor do texto?
4)    Quais os principais defeitos das ações do Estado Brasileiro para o autor do texto?
5)    Qual o conceito e os dois tipos de Estado segundo o autor do texto? Exemplifique.
6)    Quais as características no Neoliberalismo?
7)    Quais podem ser os pontos positivos e negativos do Neoliberalismo?
8)    Qual é o papel do Estado na política do Estado de Bem Estar Social (EBES)?
9)    Qual a origem do EBES?
10)    Quais os direitos do Cidadão no EBES?

Matéria Primeiro Ano Terceiro-Quarto Bimestres

Comunidade, Sociedades e Controle Social
Matéria: Primeiro Ano - Terceiro e Quarto Bimestres

De Autoria do Professor Elias Meira

As comunidades geralmente são grupos formados por familiares, amigos e vizinhos que possuem um elevado grau de proximidade uns com os outros. Na sociedade esse contato não existe, prevalecendo os acordos racionais de interesses. Uma diferenciação clara entre comunidade e sociedade é quando uma pessoa negocia a venda de uma casa, por exemplo, com um familiar (comunidade) e com um desconhecido (sociedade). Logicamente, as relações irão ser bastante distintas entre os dois negócios: no negócio com um familiar irão prevalecer as relações emotivas e de exclusividade; enquanto que na negociação com um desconhecido, o que irá valer é o uso da razão.

Nas comunidades, as normas de convivência e de conduta de seus membros estão interligadas à tradição, religião, consenso e respeito mútuo. Na sociedade, é totalmente diferente. Não há o estabelecimento de relações pessoais e na maioria das vezes, não há tamanha preocupação com o outro indivíduo, fato que marca a comunidade. Por isso, é fundamental haver um aparato de leis e normas para regular a conduta dos indivíduos que vivem em sociedade.

Instituição: Instituições são organizações ou mecanismos sociais que controlam o funcionamento da sociedade e dos indivíduos. São produtos do interesse social que refletem as experiências acumuladas do processo de construção e manutenção da sociedade. Organizadas sob a forma de regras e normas, visam à ordenação das interações entre os indivíduos e entre estes e suas respectivas formas organizacionais.

Em essência, as instituições são responsáveis pela organização das interações sociais, analisando sua evolução e desenvolvendo métodos que as associem a um ambiente favorável à alocação racional de recursos que aperfeiçoem vivência social.

Exemplos de instituições:

•            As instituições políticas: São os órgãos e os partidos políticos, bem como demais organizações sociais que visam a luta por direitos e demais conquistas de setores das sociedades;

•            As instituições religiosas Os locais de culto possuem nomes de acordo com a religião, podendo ser chamadas de igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, centros, terreiros ou outras denominações,

•            As instituições educacionais são as escolas, universidades, rodas de histórias, etc.;

•            As instituições científicas;

•            Certos mecanismos sem uma base física são igualmente considerados instituições, como o casamento, a pressão social, a linguagem etc.;

As instituições abordadas nesse texto serão a Família, a Escola, a Religião e o Estado.

 

Família: É um grupo de pessoas, ou um número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou presumida) a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações.

No interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo no nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais.

Tipos de Famílias

A estrutura familiar compõe-se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário.

Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar, ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.

A família ampliada ou extensa é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos.

Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homossexuais.

As famílias comunitárias, ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se cinge aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos.

Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros.

Papéis familiares: considerado como característicos são os seguintes: a “socialização da criança”, relacionado com as atividades contribuintes para o desenvolvimento das capacidades mentais e sociais da criança; os “cuidados às crianças”, tanto físicos como emocionais, perspectivando o seu desenvolvimento saudável; o “papel de suporte familiar”, que inclui a produção e/ou obtenção de bens e serviços necessários à família. Relativamente aos papéis dos irmãos, estes são promotores e receptores, em simultâneo, do processo de socialização na família, ajudando a estabelecer e manter as normas, promovendo o desenvolvimento da cultura familiar.

Funções de família

Como os papéis, as funções estão igualmente subentendidas nas famílias, como já foi referido. As famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. “A família, como uma unidade, desenvolve um sistema de valores, crenças e atitudes face à saúde e doença que são expressas e demonstradas através dos comportamentos de saúde-doença dos seus membros.

A família tem como função primordial a de proteção, tendo sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas.

Relativamente à criança, a necessidade mais básica da mesma, remete-se para a figura materna, que a alimenta, protege e ensina, assim como cria um apego individual seguro, contribuindo para um bom desenvolvimento da família e conseqüentemente para um bom desenvolvimento da criança. A família é então, para a criança, um grupo significativo de pessoas, de apoio, como os pais, os pais adotivos, os tutores, os irmãos, entre outros. Assim, a criança assume um lugar relevante na unidade familiar, onde se sente segura. No nível do processo de socialização a família assume, igualmente, um papel muito importante, já que é ela que modela e programa o comportamento e o sentido de identidade da criança. Ao crescerem juntas, família e criança, promovem a acomodação da família às necessidades da criança, delimitando áreas de autonomia, que a criança vivencia como separação.

 

Conceito de Escola

Instituição que se propõe a contribuir para a formação do educando como pessoa e como membro da sociedade, mediante a criação de condições e de oportunidades de ampliação e de sistematização de conhecimentos. O termo Escola é considerado genérico e abrange conceitualmente a escola como instituição social, sua função e sua estrutura dentro da sociedade politicamente organizada e administrada. O termo Escola vem do grego schole, que significa descanso, ou o que se faz na hora do descanso, pois na Grécia Antiga a escola era para os que não precisavam trabalhar".

A Escola é um dos fundamentos da reprodução da Sociedade, ela alcançou uma materialidade inédita no Ocidente, o que não é tão comum na história da civilização, mesmo que não exista a um local e tempo “escolar” em alguma sociedade ou comunidade, é necessário que em algum momento da vida se instrua deliberadamente os jovens quanto aos conhecimentos necessários para se viver e estabelecer-se em seu lugar na sociedade.

Na nossa sociedade esse ambiente é a escola, em outras pode ser um momento no dia, no ano, ou na vida em que os jovens devem se dedicar a aprender coisas com os mais velhos e mais experientes.

 

A Religião é uma das mais fortes instituições dentro das sociedades, sua função é ao mesmo tempo fornecer uma explicação às complexidades do universo e justificar, acontecimentos, normas e conceitos internos à sociedade que carecem de alguma explicação que vá além dos desejos e vontades dos indivíduos.

Segundo as teorias das Ciências Sociais e a História o surgimento do fenômeno religioso está nas criações míticas do homem primitivo que serviam para responder às suas próprias dúvidas e controlar por meio do temor outros indivíduos. Com a interação entre grupos há uma criação comum, convergente, das crenças de um grupo maior. Posteriormente com uma maior centralização do poder dentro dessas sociedades há também uma centralização do culto nas mãos de uma parcela específica da sociedade, um clero e de um menor número de divindades principais, um panteão, ou de uma divindade única, um/a deus/a criador/a e/ou pai/mãe, monoteísta.

Dentro de si essas religiões trariam não só a justificação transcendental (vontade divina) para as normas da sociedade como também uma explicação para a sua própria origem e da sociedade onde ela existe. Um exemplo é a história bíblica da saga dos descendentes de Adão, passando por Noé, Abraão, e seus filhos Isaque e Ismael (Ismail), que seriam os antepassados, patriarcas-ancestrais de dois grandes povos monoteístas, os judeus e os árabes, pela ordem.

Fim da Parte I

 

Questões para Estudo Dirigido da Parte I:

1)     Destaque e descubra o significado das palavras que você não conhece no texto. (em casa ou fora da aula)

2)     Diferencie os conceitos de comunidade e Sociedade.

3)     Liste três exemplos de instituição dados no texto, seguidos de breve descrição ou exemplificação.

4)     Qual o conceito de família presente no texto?

5)     Quais os tipos de família citados no texto?

6)     Qual o principal papel da família segundo o texto?

7)     Qual o motivo de a escola ser um dos fundamentos de reprodução da sociedade segundo o texto?

8)     Qual a função da religião segundo o texto?

9)     Qual a origem da religião segundo o texto?

10)  Qual a origem do monoteísmo segundo o texto?

 

 

Parte II - 4º Bimestre


 

Estado é uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O Estado é responsável pela organização e pelo controle social pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força ou seja coerção legal e física.

O reconhecimento da independência de um estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência.

O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estado que se desenvolveram na antiguidade, em várias regiões do mundo, como a Suméria, a América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos, estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo de um reino ou imperador-império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força. O estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Européia.

Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal forma a chegarem à idéia de Estado, cujas bases foram determinadas na história mundial com a Paz de Westfália, em 1648. A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como “casa forte” das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade.

Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade Internacional.

Controle social

O controle social é o controle exercido pela sociedade sobre o governo. Por meio do controle social, a sociedade é envolvida no exercício da reflexão e discussão para politização de problemáticas que afetam a vida coletiva. Este modelo de gestão cria um profissional de articulação e negociação, que fomenta a cooperação e que atua no planejamento e na coordenação com foco no interesse coletivo. No controle social, o governo atua sob fiscalização da população, da opinião pública e da esfera pública política.

De acordo com o Governo Federal Brasileiro, o Controle Social é a participação da sociedade civil nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas públicos. Trata-se de uma ação conjunta entre Estado e sociedade em que o eixo central é o compartilhamento de responsabilidades com vistas a aumentar o nível da eficácia e efetividade das políticas e programas públicos.

 

Crises dos Valores

Vivemos numa época que aceita como um dado adquirido que os valores estão em crise. Em todas as épocas sempre surgiram vozes manifestando idênticas impressões. A nossa, neste ponto, parece ter assumido que se terá atingido uma crise generalizada. Neste sentido, com certa insistência são feitas duas afirmações similares:

•            Não existem atualmente critérios seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal, o belo do feio; Tudo é relativo, subjetivo.

•            Não existem valores. Tudo depende das circunstâncias e dos interesses em jogo.

Destas posições facilmente se conclui que os valores que tradicionalmente eram dados como imutáveis, ou foram postos em causa ou abandonados. O que hoje predomina segundo muitos autores são apenas posições relativistas

Para explicar esta crise de valores que atravessa todos os domínios da sociedade são apontadas entre outras, as seguintes razões:

1. A crítica sistemática que muitos filósofos, como Karl Marx, Freud e outros, fizeram aos valores tradicionais.

Karl Marx argumentou que os valores, enquanto produtos ideológicos, não podem ser desinseridos da história e dos contextos sociais. Os valores dominantes numa dada sociedade são sempre aqueles que melhor servem à classe dominante na sua exploração das classes trabalhadoras. Defendeu por isso a necessidade da destruição de todos os tipos de moral dominante, burguesa, substituindo-a por uma moral dos oprimidos, proletários.

Freud mostrará que os valores morais fazem parte de um mecanismo mental repressivo formado pela interiorização de regras impostas pelos pais, e que traduzem normas e valores que fazem parte da consciência coletiva.

 2. A crise nos modelos e nas relações familiares. A família é onde, em princípio, qualquer ser humano adquire os seus primeiros valores. Ora as estruturas familiares estão em crise, o que se reflete, por exemplo, no aumento da dissolução de casamentos, e na precariedade de certos tipos de relacionamentos entre jovens. Por tudo isto, muitos pais manifestam cada vez mais dificuldade em elegerem um conjunto de valores que considerem fundamentais na educação dos seus filhos.

A Família - Crise de valores e violência

Diante de acontecimentos que surgem esporadicamente na imprensa, sobre filhos que mandam matar os pais, pais que matam filhos e toda sorte de crimes entre parentes próximos, algumas pessoas podem estar pensando que esse conjunto de fatos e de fenômenos denuncia uma alteração cultural ou indícios de alguma crise da própria civilização.

O assunto é antigo, por isso, talvez, o problema não deva ser exclusivamente na sociedade ou civilização. Em tese, o enfoque deveria ser dirigido à pessoa, que junto com outras tantas acabam compondo a sociedade, mas a constituição bio-psicológica, não é hoje diferente do que tem sido há, digamos, uns 10 mil anos. Talvez o problema seja da imprensa e da mídia desse mundo moderno, que diminui as distâncias nos oferece notícias em quantidade e velocidade inimagináveis, fazendo-nos saber desses crimes mais do que saberíamos em outras épocas.

O que parece estar acontecendo é que os comportamentos, as normas e o sentido global da vida individual e comunitária, não se inspiram em padrões éticos de valores, preferindo seguir seu curso ao sabor de critérios imediatistas, consumistas, hedonistas e pragmáticos. Num português mais direto, preferindo-se o que se pode ter agora, consumir vertiginosamente, o prazer sem conseqüências e tudo o que for mais fácil.

 

Questões para Estudo Dirigido da Parte II:

 

1)     Qual o conceito de Estado oferecido pelo texto?

2)     Quais são as vantagens que tem o Estado como organização máxima de uma sociedade em relação a grupos menores como as sociedades e comunidades internas a ele?

3)     Qual a origem dos estados segundo o texto?

4)     Tendo o monopólio das leis e da violência o Estado deve prestar contas a alguém ou alguma outra instituição, segundo o texto?

5)     O que seria a Crise de Valores de nossa sociedade segundo o texto?

6)     Quais foram as críticas de Marx e Freud aos valores da sociedade ocidental segundo o texto?

7)     O que evidencia a “dissolução dos valores familiares” para o autor do texto?

8)     Qual o motivo de, para o autor do texto, a violência dentro da família nas proporções que são noticiadas, não serem um fenômeno típico do nosso tempo?

9)      A que o autor atribui os novos comportamentos e normas contemporâneas da sociedade moderna?